Delegado apresenta investigação contra Priples nesta segunda

Dois sócios da empresa de marketing multinívelPriples estão presos no Grande Recife e R$ 72 milhões do patrimônio líquido da empresa e dos dois donos estão bloqueados pela Justiça desde esse sábado (3). O inquérito policial aberto desde maio para investigar as ações da acusada de ser uma pirâmide financeira deve ser concluído nos próximos dez dias. Mas, nesta segunda-feira (5), às 10h, o delegado Carlos Couto, responsável pela apuração sobre a atuação da empresa, realiza coletiva de imprensa para explicar o caso.

O dono da Priples, Henrique Maciel Carmo de Lima, de 26 anos, e a sua esposa, Mirele Pacheco de Freitas, 22, foram presos em casa, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Foram apreendidos pela polícia cerca de 300 mil dólares e dois carros de luxo (uma Rang Rover e um Camaro). Os mandados de busca e apreensão contra o casal foram expedidos pela juíza da 9º Vara Criminal da Capital, Sandra Beltrão. A investigação começou há cerca de dois meses, após inúmeras denúncias de participantes que não estavam recebendo a quantia prometida, e corre em segredo de justiça.

Henrique Maciel e Mirele Pacheco prestaram depoimento ainda no sábado, na Delegacia do Ipsep, na Zona Sul do Recife, e foram autuados por crime contra a economia popular e crime contra as relações de consumo. Os dois estão à disposição da Justiça; ele no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, e ela na Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste. Se forem condenados, podem pegar uma pena entre seis meses a dois anos de cadeia, para o crime contra a economia popular, e dois a cinco anos de reclusão para o crime contra as relações de consumo.

Em seu perfil no Facebook, a empresa Priples diz trabalhar no sistema de marketing multinível, através da qual os divulgadores do produto (no caso da Priples, são anúncios na internet) recebem ganhos de 60% mensais em cima do valor investido. Em julho, dezenas de divulgadores da empresa fizeram fila na sede, localizada no bairro de Piedade, por não terem recebido os pagamentos. Por causa do atraso, alguns divulgadores entraram na justiça contra a empresa.

A Priples garantia um retorno de 60% ao mês para quem aplicasse de R$ 100 a R$ 10 mil na empresa. O investidor só precisava postar cinco perguntas ou respostas por dia no site da empresa sobre qualquer assunto e a pergunta e resposta sequer precisavam ter relação: para “qual a cor do céu?” a resposta poderia ser “jacaré”. Quem atraísse outras pessoas para a Priples tinha lucros turbinados. Segundo a polícia, 95% do dinheiro da empresa vinha das adesões, caracterizando uma pirâmide. A empresa também é investigada pelo Ministério Público Federal e o MP do Rio Grande do Norte pela mesma suspeita.

De acordo com o delegado Carlos Couto, o dinheiro do casal bloqueado poderá ser utilizado para tentar compensar uma parte dos prejudicados. No entanto, a quantia bloqueada até agora só garantiria o pagamento de R$ 354 por investidor. Por isso, a Polícia Civil tenta ampliar o bloqueio dos bens da Priples e do casal. Emmatéria publicada nesta segunda, o Jornal do Commercio comparou a Priples a outra suspeita de pirâmide, a BBom, que tem 100 mil investidores e nela foram bloqueados R$ 300 milhões em contas bancárias, além de carros de luxo – Ferrari, Lamborghini e Mercedes. A empresa investigada por Carlos Couto tem o dobro de pessoas e teve bloqueado um valor menor.

Embora tente, através da Justiça, bloquear mais bens da Priples e dos seus donos, o delegado explica que não é a polícia que fará a devolução do dinheiro aos clientes. Para a devolução efetiva é preciso que o Ministério Público ou Procon entre com uma ação judicial ou ainda que os prejudicados façam pedidos individuais ou coletivos na Justiça. Cada um deve manter comprovantes de pagamentos à empresa, para provar a relação e o valor aplicado.
Fonte paraíba portal

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