Justiça manda Telexfree assinar carteira de trabalho de divulgador

Um divulgador da Telexfree conseguiu, na Justiça do Trabalho, o
reconhecimento de vínculo trabalhista com a empresa. A decisão lhe dá
direito, além de férias e 13º proporcionais, a receber indenização por
rescisão do contrato, que teria ocorrido quando a empresa teve as
atividades suspensas sob acusação de ser uma pirâmide financeira, em 18
de junho.
A decisão é a primeira do tipo de que se tem notícia no País. Procurada,
a empresa não retornou imediatamente os contatos. Ela pode recorrer.
Divulgador é o nome dado pela Telexfree aos associados que pagaram taxas
de adesão à empresa com a promessa de lucrar com a colocação de
anúncios sobre o negócio na internet, revenda de pacotes de telefonia
VoIP e recrutamento de mais gente para a rede. No Brasil, eles somam 1
milhão.
A empresa os trata como trabalhadores, mas sem "vínculo empregatício,
sendo o regime de trabalho de caráter autônomo,sem qualquer imposição de
roteiros, metas, regularidade ou hierárquico", segundo informa o
contrato de adesão padrão.
O Ministério Público do Acre (MP-AC), responsável pela ação que bloqueou
a empresa em junho, diz que o negócio é uma pirâmide. Os divulgadores,
segundo a acusação, são remunerados com as taxas pagas por outros
divulgadores que entram na rede, e não pelo faturamento da empresa com o
serviço de VoIP.
'Promotor de publicidade'
O juiz George Falcão Coelho Paiva, da 3ª Vara do Trabalho de Natal (RN),
entretanto, entendeu que a Telexfreee deve registrar a carteira do
divulgador Breno Rocha Barbosa como “promotor de publicidade”, com
salário de R$ 2.568 – valor que mensalmente lhe era pago pelas postagens
de anúncios.
Barbosa deixou de ganhar essa verba quando, em 18 de junho, as contas e
as atividades da Telexfree foram congeladas a pedido do MP-AC . Para o
advogado Thiago Tinoco, isso significou rescisão unilateral do contrato
de trabalho do divulgador. O juiz Paiva aceitou a argumentação.
“A ideia foi minha”, conta Tinoco. “[ Barbosa ] é conhecido de um amigo
meu e nós estávamos batendo papo [ sobre o assunto e ] quando ajuízamos a
ação”, afirma Tinoco ao iG . "Já tenho várias outras ações prontas para
dar entrada."
Além das verbas rescisórias, a Telexfree terá de recolher ainda o Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e contribuição ao Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) devidos ao divulgador.
O total devido a Barbosa pela Telexfree, segundo a decisão, é de R$
7.628,67. Segundo Tinoco, a sentença – se for mantida – não tem poder de
furar o bloqueio estabelecido pela Justiça do Acre. Mas, em razão de
serem verbas trabalhistas, podem ter prioridade numa eventual liberação
das contas da empresa.
Fonte:IG http://www.paraibaportal.com
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